sábado, 18 de junho de 2011

Gaby Menezes

Hoje cedi o espaço da minha coluna para postar esse texto que peguei no Blog: Boca de Arapapá!
é grade mas vale a pena ler!

A Primeira Vez Com Paula Fernandes

15 de junho de 2011. Olhai, me encontrei com a certeza de que somos (nós brasileiros) um mar infindo de talento...
Encontrei com minha infância...
Encontrei um som um tom... topei...
Justo no dia entre L e K, passando por um magazine da cidade e já ia saindo quando ouvi uma voz conhecida, num arranjo melhorado. Ai perguntei inocente - Quem é? - Paula Fernandes.
Lá estava, lá fiquei e levei pra casa, coisa rara pra quem odeia ter que pagar mais de 20 reais por um DVD.
Em casa, ainda movido pela curiosidade, coloquei na tela e com um bom som "PF ao Vivo", e confesso fiquei embevecido até agora.
Tentarei descrever seguindo a linha cronológica proposta pelo DVD.
Na abertura uma frase ousada, “Eu não escolhi a música. Ela me escolheu”, aí um convite a se entregar pra ela, ouvidos atentos num voz forte como fogo, boa escolha com um pequeno deslize no figurino o único que não condiz com os conteúdos, pensei que se fosse a Marisa Monte isso não aconteceria e logo esqueço a Mariza, pois ela canta muito e tem uma voz inédita, parece insegura com as pernas cruzadas, o banco também parece incomodar mas esta tudo bem ensaiado.
Agora ela sai do solo e apresenta “os manos” (só fera) que ainda tinha muito o que mostrar, estávamos na base da primeira montanha e o convite a cantar com ela faz o show ir crescendo.
O arranjo de “Pra você” já é um pouco mais composto e pede um pouco mais de recurso de voz, ela corresponde, sinto falta de uma trinca de back vocal, boa música, mas logo em seguida, ela canta Apaixonados Pela Lua (e hoje é lua cheia) fui teleportado automaticamente para as areias de Algodoal, tudo de bom.
Véio, a menina vira moça, e Tocando em Frente começa a revelar uma voz mais segura ainda, ela é pura felicidade e a cancha do Leonardo é perfeita com o cuidado da produção de ao cantar juntos os gritos do famoso não ficar na primeira voz.
Apresentando Índia e que se percebe que ela deixou o sotaque em algum lugar ao contrário do Léozinho. A mocinha se balança no palco até o momento de arrasar, intimista e com um forte olhar ela parece cantar na sala da casa dela para os familiares como de costume.
Cara, as modinhas são tudo de bom e trazem para o palco um figurino interessantíssimo, me perguntei pela primeira vez qual a idade dela, mais de vinte... menos de trinta (28, dá-lhe Google), chorando de saudades ela tira o violão e o modelito mais a amostra mostra a mulher, mais segura ainda ela brinca lembrando a infância, o ritmo mais forte exige uma pronúncia mais precisa e ela corresponde, sem sair do salto, devia estar muito frio ela dança um forró sambado e ninguém vê uma gota de suor, aparecem umas tiazinhas na beira do palco que de tão observadoras do show não conseguem se empolgar com a música (rsrsrs).
Ela vem de pop, pega o violão novamente e começa “Complicado Demais”, letra simples rimas fáceis mais uma levada bem audível.
Voa perece uma daquelas músicas que todo mundo sabe no Bar, ai, palmas, palmas, palmas num arranjo pouco estranho, mas o povo gosta.
Em destaque, o cenário aparece sem roubar a cena, Seio de Minas tem uma letra belíssima com um arranjo simples, receita perfeita. Pagou o show.
A mina tira as botas e aplica um olhar de cumplicidade para a plateia, ela esta segura e canta de maneira extremamente técnica “Jeito de Mato”, uma canção belíssima, seu rosto lembra Giovanna Antonelli em “O Clone”.
Esqueci de falar o vestido decotado em Vzão estampado de marrons que vão da oncinha às folhas, ressaltados mais ainda a escrava em couro e metal dourados, que está lá desde o início do show, compondo agora com uma traça de fazenda puxada para frente em cima do ombro esquerdo.
Falando sério ela trás o Rei RC ao palco, com uma daquelas músicas que de tanto eu ouvir “sei de có”, o show chega ao segundo ápice, mais intimista ela conta Costumes (RRC 1979), a música que me fez parar no magazine... ...estou enlevado. Surpreendentemente bom, posso contar ainda que parece que ela estava vivendo o que cantava, denuncia da sombra dourada que ressalta a cada fechada de olhos que ela dá, a banda entra no meio da interpretação e ela mostra antes de terminar a música uma voz maravilhosamente rebelde, contida pela técnica, lindo.
O Palco vira o jardim de um filme que já vi e não lembro, canta “Quero sim” sentada num balanço que me parece ser mais uma alegoria que remete à sua infância, ela cantou muito balançando assim na vida.
Então ela apresenta Marcos Viana e canta “Quando a chuva passar” e juro que só agora, depois de ouvir pela 4x e que me dei conta que a Ivete canta isso. Ela tem estilo e o violino do Marcos Viana dá corpo pra música, ela não apela e nem pede comparação, faz do seu modo e a música fica perfeita.
Cantando “Não Precisa” concluo que não precisava do Victor e Léo.
A ultima personagem é a “Pop Girl” é bom, mas não é Canaã, o melhor não veio até o final, seguem 4 músicas não valem para muito além da harmônica convivência do acordeom com a bateria e a guitarra.
Por falar em guitarra ela combina seu último modelito com um guitarra vermelha, num cola, totalmente dispensável e definitivamente back vocals fariam uma melhor composição na música.
O Show termina com um biz do Fênix e créditos.
Vou para os extras e lá vejo que cantando em inglês seu rock fica bem melhor, mas, ainda prescinde das BV, e voilá... ...Almir Sater canta na fazenda fazendo a segunda voz pra ela “Jeito de Mato”, que respeito, que belo.
A menina dos rodeios chaga aos palcos escandalizando a concorrência, a tal cultura do “lixo midiático”, sim, é difícil suportar a idéia de que ela perdeu pro RESTART o prêmio de revelação musical do ano. Praga pro Faustão que tem que pagar esse tipo de mico, se corroendo por dentro.
Minhas filhas estão assistindo comigo, vou repetir sempre que puder e sempre no maior volume possível, Paula Fernandes é muito bom ter você para ver e ouvir, bem vinda às nossas vidas.

Um comentário:

  1. Oi Gaby, obrigado pelo "vale a pena", certo de saber que o que temos em comum é o bom gosto musical diante de tanto lixo midiático postado goela abaixo.

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